sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

RECOMENDAÇÃO DA SEMANA

Existem pessoas que estão no lugar certo, na hora certa. O caso da Romeo’s Daughter é um desses que impressiona pela maneira como as coisas se encaixaram para a banda. Com o material escrito e a banda prestes a entrar em estúdio, Olga Lange (então manager da banda) batalhava um produtor para assumir o trabalho. O grande John Parr já estava fechado com eles, mas não parecia ser o bastante. Mrs. Lange resolveu infernizar a vida de seu ex-marido na época, e depois de muuuuuuita insistência, o cara ouviu as canções e se rendeu. Detalhe: esse produtor atende pelo nome de Robert John “Mutt” Lange. Portanto, você já sabe que o nível de qualidade desse álbum é absurdo.

Lançado em 1988, “Romeo’s Daughter” é um clássico do AOR Made In U.K. e até hoje serve de referência para bandas novas, especialmente quando o assunto é produção. Como sempre, “Mutt” Lange assumiu absolutamente toda a produção e sua palavra era lei. E, como sempre, deu certo. Tome por exemplo a bombástica “Heaven In The Backseat”, o single de lançamento que catapultou a banda ao estrelato – pelo menos na Europa – e que acabou fazendo parte da trilha sonora do pavoroso “Nightmare On Elm Street 5: The Dream Child”. Essa é uma das canções mais marcantes da banda, e realmente é muito bacana, mas confesso que a versão gravada por Eddie Money em 1991 me agrada mais. Mas vale a pena conferir, caso você não conheça (!!!), e para isso, basta clicar
aqui e conferir o vídeo da canção.

Em seguida temos “Don’t Break My Heart”, um poderoso AOR que ainda permanece como uma das canções que mais curto da banda. Bateria muito bem marcada, guitarra cortante e baixo envolvente criam uma atmosfera animada, que é reforçada pelos discretos teclados que surgem de vez em quando. A métrica é muito bem cortada e os vocais absolutamente bem trabalhados. Clique
aqui e dê uma olhada no vídeo, que também é bem bacana. Depois de duas pancadas, o mid-pacer “I Cry Myself To Sleep At Night” chega como uma bela surpresa, já que os vocais sensuais de Leigh Matty caíarm como uma luva nessa canção. Um arranjo belíssimo, calcado no baixo pulsante e guitarras em segundo plano, fazem dessa canção um dos destaques do álbum, e você pode conferir aqui o vídeo dessa canção. Vale a pena, já que é muito superior a versão gravada por Bonnie Tyler em 1992. Outro AOR de respeito é “Wild Child”, onde a bateria e guitarras ganham destaque desde o início e sustentam a canção até o final, e como sempre acontece ao longo desse álbum, os backing vocals merecem destaque. E essa gravação não fica devendo nada a cover do Heart, de 1990. Um petardo, pode crer...

A improvável “Hymn (Look Through Golden Eyes)” surge com um arranjo surpreendente, onde somente sintetizadores e guitarras acompanham os excelentes vocais de Leigh Matty numa balada muito bacana e envolvente. Segue “Velvet Tongue” com seu baixo marcando a cadência cortada pelas guitarras numa canção que não sabe se é AOR ou pop rock, mas que apresenta elementos bem distintos de ambas. Canção bacana, mas nada que se possa comparar com o que se ouviu até aqui. Outra canção que segue na mesma linha é a interessante “Stay With Me Tonight”, um mid-pacer com arranjo nada óbvio e excelnete trabalho das guitarras (como de costume) e aqueles backing vocals perfeitos, emoldurados por teclados muito bem posicionados. Só posso imaginar essa canção com a linha de bateria mais agressiva, mas ainda assim, ouça-a com bastante atenção porque ela merece. Bela canção, sem dúvida.

No mesmo território “Inside Out” peca, ao meu ver, no excesso de teclados que conferem uma aura muito pop rock à uma canção que tinha tudo prá ser mais arrojada. Não é daquelas que o gato cheira e joga terra em cima, mas também não se destaca no conjunto do álbum. Entretanto, “I Like What I See” resgata um pouco da atmosfera AOR que o álbum apresentou no início, prá sua alegria. Uma melodia relativamente simples, mas com andamento que flerta com os mid-pacers tradicionais, que confere características únicas à uma das melhores canções do álbum. E mantendo as características da canção anterior, a excelente “Colour You A Smile” fecha o álbum com qualidade que se percebe logo na introdução desse mid-pacer que figura entre as canções que maia curto da Romeo’s Daughter. Aprecie sem a menor moderação.

Como eu já disse, um álbum absolutamente clássico e que não pode faltar na sua coleção. Com a exímia produção de "Mutt" Lange - aliada ao talento inegável da banda - as canções ganham força e ainda mais qualidade. Depois de anos fora de catálogo, em 2005 a gravadora britânica Rock Candy relançou esse álbum remasterizado em 24bits, com livreto contando o processo de gravação, fotos inéditas e três bonus tracks: “Heaven In The Backseat”, “Velvet Tongue” e “I Cry Myself To Sleep At Night”, todas gravadas ao vivo. Acho que não preciso tentar convencer ninguém a correr atrás desse álbum. Ou será que preciso???

ROMEO’S DAUGHTER – Romeo’s Daughter
Released in 1988 on Jive/RCA
Cat. #1135-2-J

Tracklist
01. Heaven In The Backseat
02. Don't Break My Heart
03. I Cry Myself To Sleep At Night
04. Wild Child
05. Hymn (Look Through Golden Eyes)
06. Velvet Tongue
07. Stay With Me Tonight
08. Inside Out
09. I Like What I See
10. Colour You A Smile


Lineup
Leigh Matty - vocals
Craig Joiner - guitars
Tony Mitman - keyboards
Andy Wells – drums
Ed Poole - bass

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